Mercado reduz pela sexta vez seguida expectativa para inflação

A pesquisa Focus mostra que a mediana para o IPCA em 2017 caiu de 4,09% para 4,06%

O mercado financeiro reduziu pela sexta semana consecutiva a expectativa para o IPCA em 2017. A pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2017 caiu de 4,09% para 4,06%. Há um mês, a previsão estava em 4,15%.

Já a projeção para o IPCA de 2018 recuou de 4,46% para 4,39% na segunda queda seguida Quatro semanas antes, a previsão estava em 4,50%.

As projeções de mercado para os dois anos, portanto, indicam expectativa de que a inflação abaixo do centro da meta de 4,50%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 também cedeu e passou de 4,11% para 4,03%. Para 2018, a estimativa do grupo permaneceu em 4,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas desses cinco analistas estavam em 4,20% e 4,30%, respectivamente.

A inflação suavizada para os próximos 12 meses seguiu a expectativa para os preços em 2017 e 2018 e caiu marginalmente, de 4,60% para 4,59% – há um mês, estava em 4,56%.

Para os índices mensais mais próximos, a estimativa para abril de 2017 caiu de 0,31% para 0,29%. Um mês antes estava em 0,43%. Para maio, a previsão de inflação foi na contramão e subiu de 0,41% para 0,43%, ante 0,35% de quatro semanas atrás.

PIB. O mercado financeiro ainda reduziu pela segunda semana consecutiva a previsão para o crescimento da economia neste ano. A mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 caiu de 0,41% para 0,40%. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,48%.

Para 2018, a estimativa para o crescimento da economia permaneceu em 2,50% pela quarta semana seguida.

Ao contrário da piora da previsão para o conjunto de toda a economia, as projeções para a produção industrial para 2017 subiram de 1,20% para 1,26%. Há um mês, estava em 1,22%. Para 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial também subiu de 2,19% para 2,28%. Quatro semanas antes, essa previsão era de 2,10%.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 caiu de 51,50% para 51,40%. Há um mês, estava em 51,65%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus recuaram de 55,00% para 54,85%, ante o patamar de 55% observado quatro semanas antes.

Câmbio. O relatório Focus indicou estabilidade na previsão para o dólar em dezembro de 2017. Na pesquisa, a mediana das estimativas para o dólar no fim do ano manteve-se em R$ 3,23.

Há um mês, a expectativa estava em R$ 3,29. A previsão para o câmbio médio de 2017, ao contrário, recuou de R$ 3,18 para R$ 3,17 após permanecer estacionada por seis semanas consecutivas em R$ 3,18.

Para 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano subiu de R$ 3,37 para R$ 3,40, mesmo patamar observado quatro semanas antes. Já a aposta para o câmbio médio no próximo ano subiu ligeiramente, de R$ 3,34 para R$ 3,35. Quatro semanas antes, estava em R$ 3,36.

Balança comercial. Economistas do mercado financeiro elevaram pela quarta semana seguida a previsão para o superávit da balança comercial em 2017. A estimativa de saldo positivo este ano subiu US$ 50,90 bilhões para US$ 52,00 bilhões, ante US$ 48,10 bilhões de um mês antes. A elevação observada nas últimas semanas acontece a despeito do impacto negativo da operação “Carne Fraca” sobre o agronegócio.

Para 2018, os economistas do mercado reduziram ligeiramente a projeção de superávit de US$ 42,49 bilhões para US$ 42,00 bilhões. Há um mês, a expectativa estava em US$ 40,00 bilhões.

Para as transações correntes, as previsões coletadas pela pesquisa Focus para 2017 indicaram expectativa de manutenção no saldo negativo em US$ 26,00 bilhões. A previsão de déficit externo em 2018 subiu ligeiramente, de US$ 36,25 bilhões para US$ 36,75 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 26,60 bilhões e US$ 37,65 bilhões, respectivamente, em 2017 e 2018.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário. A mediana das previsões para o IDP em 2017 segue em US$ 75,00 bilhões. Para 2018, a perspectiva de entrada de investimento direto subiu de US$ 74,00 bilhões para US$ 75,00 bilhões. Quatro semanas antes, o mercado previa entrada de US$ 72,00 bilhões e US$ 74,50 bilhões, respectivamente.

Fonte: Estadão