Economista dá dicas de como fazer reserva para cobrir despesas inesperadas com carro, saúde, casa e desemprego

Uma pesquisa divulgada recentemente indicou que só 4 de 10 brasileiros conseguem arcar com uma despesa inesperada equivalente a um ganho mensal. Esse gasto extra que surge geralmente com incidentes envolvendo carro, saúde, casa, desemprego e morte na família pode comprometer todo o orçamento destinado a cobrir contas e necessidades básicas do dia a dia.

Alberto Ajzental, professor de economia da FGV-PEC (Programa de Educação Continuada da FGV), explica que a pessoa que deseja formar uma reserva financeira precisa atender duas condições basicamente: ter o perfil de ser prevenida e ter condições financeiras para fazer um pé de meia.

“Você tem necessariamente que ter essas duas características juntas para ser um bom poupador”, diz. “Se não consegue poupar, quando precisar de dinheiro será obrigado a recorrer a linhas de créditos emergenciais, como cheque especial ou crediário, que são opções ruins pelas suas taxas elevadas.”

Segundo o professor, é melhor prevenir do que remediar “porque o não previsto vai te custar muito mais caro.” Ele acrescenta que para se proteger contra a recolocação no mercado após o desemprego, a média é guardar pelo menos seis meses de salário. Solange, nome fictício de uma moradora em São Paulo, ficou bem apreensiva quando o apartamento dela pegou fogo. Ao sair de casa para o trabalho, esqueceu uma vela acesa. “De repente você tem uma casa queimada, não pode sequer entrar nela e tem uma conta enorme de reforma para quitar”, lembra. Depois do incêndio, ela contratou um seguro residencial para ter mais segurança.

Os gastos inesperados também geram dificuldades no dia a dia. Foi o que aconteceu com Ana Lucas, de São Paulo, dona de um Citroën Aircross, com só quatro anos de uso. Ela comprou oi carro com 17 mil quilômetros rodados e fez as revisões no prazo correto. Neste mês, veio a surpresa. “O motor fundiu, e o conserto pode ficar em torno de 10 mil reais. Sem falar que vou ficar a pé durante um mês, que é o tempo que vai levar o conserto.”

Essa não é a primeira vez que o carro gerou uma despesa inesperada. Em junho do ano passado, a correia dentada quebrou antes do prazo de validade, e Ana teve que pagar 4 mil reais pelo reparo. “Depois que consertei a correia, não acreditei quando deu problema novamente, agora com o câmbio automático, cujo conserto consumiu outros 4 mil reais”, lamenta.

Eduardo Kan Golcman, gerente da startup Engie, que comercializa dispositivo de mesmo nome que monitora mais de 10 mil itens de um veículo e avisa pelo celular quando detecta algum problema, alerta que a manutenção preventiva feita com regularidade acaba saindo bem mais em conta. “Não é só isso. Um carro com tudo em ordem é mais seguro e tem performance melhor nas ruas e estradas, o que leva à economia de combustível”, completa.

Procurada, a assessoria de imprensa da Citroën disse que, até o momento da solicitação, o proprietário do veículo não havia procurado os serviços da rede de concessionárias da marca.

Posteriormente, o serviço de atendimento da Citroën entrou em contato com Ana para entender o ocorrido e auxiliá-la da melhor maneira, orientando-lhe que encaminhasse o veículo a uma concessionária para que um diagnóstico mais preciso fosse realizado pelos profissionais da marca.

Ana respondeu que a resposta da Citrën não procede.

Fonte: Segs