Pedidos de falência caem 20,6% de janeiro a agosto na capital, calcula Associação Comercial de SP

O número de pedidos de falência de empresas da capital paulista caiu 20,6% de janeiro a agosto de 2018 na comparação com o mesmo período de 2017, segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com base em informações dos cartórios da cidade. Foram registrados 200 requerimentos de falência no período, contra 252 nos oito meses iniciais do ano passado.

“A queda pode ser resultado do fim da recessão e do início do processo de recuperação da economia brasileira, ainda que lento. A crise teve efeitos graves sobre as empresas. Até 2014 acreditava-se em um vigoroso crescimento econômico, mas muitos negócios foram surpreendidos com a recessão que chegou ao País por volta de 2015. Contudo, de meados do ano passado para cá, o nível da atividade econômica começou a subir, dando algum fôlego ao empresariado”, comenta Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

O setor com maior diminuição do número de pedidos de falência no período foi o comércio (-27,2%), seguido pela indústria (-23,8%) e pelos serviços (-12,7%).

Alimentação 
No comércio, a maior variação no acumulado janeiro-agosto se deu no ramo de produtos alimentares (-82,5%), beneficiado pela recuperação da massa salarial aliada à queda da inflação ? principalmente de alimentos ?, recuperando um pouco o poder aquisitivo das famílias, segundo Burti. “Além disso, o ramo abarca itens básicos de consumo da população”, complementa ele.

Recuperação judicial
Nos oito primeiros meses do ano, os pedidos de recuperação judicial caíram média 49,4% (de 85 para 43) na capital paulista no contraste anual, com destaque para o setor de serviços (-66%). No comércio e na indústria as retrações foram de 40% e 10,5%, respectivamente.

Diferentemente dos pedidos de falência, feitos pelos credores das empresas, os pedidos de recuperação judicial partem dos próprios empresários, quando reconhecem que já não têm mais condições viáveis de cumprir com suas obrigações financeiras.

Nas análises sobre recuperações judiciais, os segmentos varejistas não apresentaram variação relevante do ponto de vista estatístico, enquanto no setor industrial houve melhora significativa entre as metalúrgicas: seis delas pediram recuperação judicial nos oito primeiros meses de 2017, enquanto apenas uma tomou a mesma decisão entre janeiro e agosto deste ano (-83,3%). Já no setor de serviços, a maior queda foi entre as empresas de engenharia, construção e instalação (-84,2%). “A área de construção continua ruim; portanto, o que esses números indicam é que o pior já passou, ou seja, como houve muitos pedidos de concordata [antigo nome da recuperação judicial] no ano passado, a base de comparação ficou forte”, explica o economista. “Desde que não haja nenhum novo susto, parece que os números de 2017 não se repetirão tão cedo”, conclui o presidente da ACSP.

Fonte: Segs