Caixa vê potencial para 10 milhões de cartões consignados em 4 anos

A Caixa Econômica Federal tem como meta alcançar 10 milhões de cartões consignados em quatro anos. No fim desse intervalo, a expectativa é que a carteira ativa dessa nova linha do banco some R$ 15 bilhões.

O produto será oferecido inicialmente para os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Brasília. A taxa de juros do cartão será de 2,85% ao mês e o limite de crédito será de até 1,4 vez o valor do benefício em questão.

O cartão de crédito consignado foi lançado ontem pelo banco estatal e faz parte da estratégia do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para melhorar a rentabilidade da instituição.

O aposentado ou pensionista que solicitar o cartão poderá comprometer até 5% do valor de seu benefício, que não concorre com o limite de 30% do empréstimo consignado. O cartão pode ser usado para compras, disponibiliza 95% do limite para crédito em conta, não tem cobrança de anuidade e pode ser usado no exterior. Os beneficiários poderão contratar sem necessidade de receber o benefício na Caixa.

O vice-presidente de produtos de varejo, Julio Volpp, explicou que, inicialmente, o serviço começa por Brasília para que seja possível acompanhar de forma controlada a contratação do produto. A partir de junho, o cartão consignado será estendido para todo o país. Ele disse que os cartões de crédito serão emitidos, neste primeiro momento, com bandeira Elo. Mas já há negociações em curso para que sejam oferecidas outras bandeiras.

De acordo com Volpp, o usuário dos cartões poderá solicitar serviços de reparos domiciliares, como chaveiro, troca de lâmpada, conserto de encanamentos. Uma plataforma de descontos com diversos produtos e serviços é outro dos atrativos da modalidade, acrescentou o executivo.

Além do lançamento do cartão, está nos planos da Caixa ampliar os serviços oferecidos nas lotéricas e nos correspondentes exclusivos. São canais que, na avaliação de Guimarães, estão subutilizados.

Em paralelo, o banco planeja firmar parceria com uma credenciadora de cartões para se aproximar dos pequenos lojistas e empreendedores. De acordo com o presidente do banco, a expectativa é que a negociação seja concluída em dois meses. Guimarães reiterou que a Caixa perde R$ 1 bilhão ao ano por não explorar serviços na área de cartões.

O executivo ressaltou que, atualmente, a Caixa tem 13 mil lotéricas, sendo que apenas 10% delas oferece algum tipo de serviço bancário. Já os correspondentes bancários exclusivos, quando prestam algum serviço do banco, estão limitados principalmente ao crédito imobiliário.

De acordo com Guimarães, no entanto, essa ampliação do escopo de serviços será negociada com lotéricas e correspondentes. “Não há imposição”, afirmou, em entrevista a jornalistas.

O presidente da Caixa disse ainda que o banco poderá fazer uma licitação para atrair novos franqueados. No entanto, entanto, esse passo só será definido mais adiante. Num primeiro momento, será feita a negociação dos serviços que serão ofertados por meio desses canais, para só então saber se há necessidade um número maior de franqueados.

Fonte: Valor Economico